Um dia desses fui trocar meu plano de saúde.
Resolvi sair da incompetente Amil para me filiar a duvidosa Unimed. Essa é mais
uma das tantas formas que pratico para, mensalmente, queimar meu suado
dinheirinho. Tenho saúde de ferro, poucas coisas me abalam, só vou ao médico
uma vez por ano para passar aquele scan geral. Mas tenho um medinho, vai que me
acontece alguma coisa... Não posso ser pega desprevenida.
Pois bem, passei a mão no telefone e falei
com a mocinha da Unimed. Ela, dona daquela dialética irritante e possível só
aos profissionais de telemarketing, me passava valores e planos quando até que chegou a
uma opção que me pareceu a mais coerente para o meu caso, a interrompi e bati o
martelo: “Quero essa!”. Ela, coitada, não conseguiu parar de falar antes do fim
da sua lista, simplesmente não conseguiu, teve que citar todos os pormenores de
todas as outras opções de plano mesmo depois de eu ter me decidido. Ouvi
pacientemente. Quando terminou, repeti o que queria. Ela, monótona e
automática, combinou dia e horário para que um atendente viesse buscar meus
autógrafos em seus formulários.
No dia
seguinte o pontual colega da mocinha, que
apesar de me atender pessoalmente também terminava as frases com “senhora” (eu
achei que isso fosse exclusivo do lance por telefone), me contou detalhes
do plano. Eu não os queria saber, mas parece que eles têm, por obrigação
profissional, que percorrer muitas informações, apesar da cara de tédio e dos
movimentos de pressa do freguês.
Assinei uns 783 formulários diferentes. Fiz
duas ou três declarações, obrigatoriamente de próprio punho. Respondi, honestamente, 90 perguntas. Paguei. E quando eu pensei que estava tudo certinho veio a pá de
cal, eu precisava de provas: de residência (atualizadíssima); de ser mãe da
minha filha; de poder arcar com os pagamentos; de que eu era eu; de que as
assinaturas eram minhas; etc., etc., etc.
De tudo, o que mais me deixou irritada foi o
comprovante de residência. Aquele tom sério do cara, falando como se esse fosse
o documento mais importante da vida, e ele sempre repetia “tem que ser
atualizado”. Por quê? Pra quê? O único motivo da Unimed querer saber meu
endereço é para me mandar as faturas... ou será que um médico ou diretor ou
funcionário irá a minha casa para o five tea o’clock?
E para mandar as faturas
era só aceitar o endereço que eu afirmava...
Cara! Fiquei super ofendida. A impressão que
eu tive (movida também um pouquinho pelas doses de paranóia que me
acompanham), é de que a Unimed duvida de tudo que digo. Sou mentirosa e tenho
que provar cada informação que passo. Não adianta dizer que moro na rua tal;
que quero o plano B; que tenho dependentes no plano; que eu sou eu.
Minha experiência com o SUS em Curitiba superou em muito qualquer dos planos de saúde existentes no Brasil.
ResponderExcluirExperimente - você vai se surpreender!
como é que pode aquela montoeira de papel?
Excluirfico pensando no atraso das empresas... nesse momento em que podemos ser reconhecidos só pela íris, será que ainda precisamos dessa quantidade imensa de sulfite?
ai que saco!!!
Morte ao telemarketing! Lenta e sofrida!
ResponderExcluirJOPZ
E a todos que se apropriam do discurso, idiota e ignorante discurso...
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