Joana se preparou para o teste de admissão do
time durante semanas. No grande dia entrou na quadra tremendo feito banhista
que sai do mar em dia de vento frio, e se colocou em posição. A primeira bola
lhe acertou o braço e foi para a terra do nunca; a segunda carimbou o chão
diante dos seus pés e atravessou a quadra e a terceira acabou por sangrar seu
nariz. A escola toda vendo.
Era tanta humilhação que ela, sem vontade ou
disciplina de atleta, correu para o banheiro. E não demorou muito, Flávia já
estava de plantão na porta a caçoar e aumentar um sofrimento que parecia não
ter fim. Com o alvoroço de gente tentando socorrer e consolar Joaninha, Flávia,
mordida de ciúme, gritou num fôlego só:
- Ela quer entrar no time de vôlei porque
gosta do Fabinho! E eu sei disso porque ela esqueceu o diário no banco lá de
trás e estava escrito.
Joana parou de olhar pra cima, deixou de
enxergar em volta, não se importou que o sangue voltasse a pingar e marchou até
Flávia. Foi preciso chamar a Dona Laurinda para separar as duas.
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