Ele segurou minha mão, me olhou nos olhos,
bem no fundo, e falou sem dizer palavra. Sabia o que ele estava pensando.
Sentia. Não soltei sua mão, não tirei os olhos dele, não arredei pé. A
eternidade da espera pela ambulância nos fez entender um pouco mais sobre
amizade, amor, solidariedade, valor, vida e morte.
O Felix Miranda, 74 anos, é ator, rádio-ator.
Um cara muito legal! Cheio de delicadeza, educação, preocupação, sabedoria. Há
muitos anos treinamos um trabalho juntos. Agora, conseguimos colocar em prática:
estamos preparando rádio-novelas para AM. Conseguimos um elenco da FAP e
estamos tratando disso.
No sábado fizemos programa de auditório e,
pela segunda vez, ele subiu ao palco para, aos moldes do passado, fazer o
comercial da rádio. Bem bacaninha os reclames assim... Mas depois do
espetáculo, quando ele foi se despedir de mim, colocou a mão no peito,
encolheu-se, apertou os olhos, suspirou e me disse que sentia muita dor.
Ele teve um pequeno enfarte. Agora está tudo
bem. Foi coisa pouca, porque nem a maldição de um enfarte tem coragem para
agredir de verdade o coração de um homem tão bom quanto o Felix Miranda.
Foi um susto horroroso.
As vezes penso que eu sou a pessoa que mais
vive emoções e ou situações diferentes num único dia. No sábado passei
por:
-
notícia de assalto na casa de uma
grande amiga
-
super faxina na minha casa
-
almoço inesperado com Leyna (em
quem sempre penso e pouco vejo)
-
direção em círculos atrás de um endereço
impossível
-
sucesso total no programa de auditório
sobre Cartola
-
enfarte do Felix
-
desabamento de emoções em cima da
Bea
-
preocupação com a carteira
perdida do Silvio
-
café com a minha querida Carla
-
análise por telefone, em conversa
interminável com a terapeuta (e nesse capítulo, muitas coisas apareceram)
É mole ou quer mais?
alokos, tai uma pessoa que não precisa ir pra floresta para encontrar aventura e emoções...
ResponderExcluir;-)
E a musica que combina com uma jornada urbana dessas só pode ser essa...
http://youtu.be/a4tD8dy9Reg
Será que combinou?
JOPZ