Meu querido amigo de longa data, intensos
encontros e bom humor contínuo, Renato Braz, está na cidade.
Faz show com o incrível Nelson Ayres.
Assisti meio de lado, sem conseguir encarar
os artistas direito... meio de olho fechado, meio espiando, meio cantando em
pensamento, meio tudo, pra dar conta do inteiro que rolou dentro de mim...
O Braz já não canta mais como antes. Canta
melhor! Canta mais! Faz a gente flutuar, entender as canções, pensar nas
músicas, se divertir com letras e, por fim, chorar.
Tenho muito a dizer sobre o Ayres também, mas
hoje, estou com vontade de tratar do Renato.
Simples e refinado; chique e maloqueiro;
cabelo preso, cabelo solto; tranquilo e arrebatador; leve e denso. Bom apetite,
bom humor, bom papo. Bom homem. Homem bom, do bem, pro bem.
O Renato Braz é uma dessas pessoas que a
gente tropeça por acaso na vida e carrega pra sempre.
Eu fico a observar o seu
público: há um amor por ele, uma comoção, uma proximidade... as conversas entre
as pessoas que não se conhecem mas que tem Braz como ponto comum, acabam sendo
fluidas, calmas, conversas de fraternidade.
É bonito ver como um público reflete a
personalidade artística de seu escolhido. Nessas horas, até dá pra pensar que o
mundo tem salvação – principalmente se a massa trocar shortinho, gritinhos e
rebolados por acordes, palavras e belas melodias.
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