sábado, 22 de junho de 2013

pra não dizer que não falei das flores - e dos horrores


Eu não sabia qual era o preço da tarifa. Não pego ônibus. Os amarelos, cinzas, verdes, biarticulados não passam no meu caminho. Aceleram na minha janela, mas não dão conta de me levar e trazer pra onde preciso. Vou de carro, a pé, de carona, de taxi, a depender da situação...
Mas apoiei de corpo e alma a manifestação pelo valor da tarifa. Apoio pessoas que se manifestam, que se expressam, que falam. Gosto de voz, de vozes!

E por isso, apoio ainda mais as outras reivindicações, em algumas faço coro e empresto frases. 

Li muitas coisas a respeito do momento em que vivemos: coisas bobas, ditas por guris e gurias sem conhecimento; bolações bem humoradas do país da piada pronta; revolta de gente que já viveu muitas sacanagens; relatos de caras que estudam política, comportamento, sociedades; contra; a favor... Li pra chuchu sobre tudo. 

Os historiadores têm o passado para servir de pauta de análise, os sociólogos imediatamente lançam sentenças, os cientistas políticos adivinham o amanhã... E assim vai...

Com tanta informação, eu bolei minha própria teoria de liquidificador:
Como muita gente, eu tenho blog, página no facebook, instagram e toda a parafernália de comunicação. Tenho voz e sou autora da minha vida. Isso me coloca em condições de me representar aqui, de dentro de casa. Logo, quando vou à rua, à passeata, desloco essa capacidade pra lá, o que me faz livre de estar debaixo de bandeira, cor ou sigla, que não sejam as minhas...
Mas eu tenho título também, título de eleitora brasileira, o que me faz obrigada a arrumar voz que diga por mim e me represente. 

Ah a Democracia!

Pela democracia, pelo meu direito, pelos meus pensamentos, por tudo que é sagrado nessa ilusória liberdade que temos, é preciso que eu, você, os partidos, as claques, os oportunistas, os canalhas, todos tenhamos o santo direito de contar na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê o que queremos e pelo que ansiamos...

E mais uma coisa,  o velho clichê que é na urna que as coisas podem mudar, ainda é válido!

Ah! Eu sei que não adianta, mas eu não quero pagar, com o meu dinheirinho, o vandalismo alheio. Tenho muita vontade de iniciar manifestação para isso: quem destrói, paga, arruma e vai em cana. Esse óbvio está a ser aplicado com variações em alguns lugares...


foto de Lina Faria, a mostrar a voz de quem cedo começa a falar
foto de Orlando Kissner, feita ontem à noite, no Centro Cívico (?) de Curitiba



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