quinta-feira, 6 de junho de 2013

dentro de um figo maduro


Montei minha casa, que não é minha, cheia de cores, objetos, plantas, perfumes, sabores. 

Janelas sempre abertas, som constante de conversas, música tocando e alguma coisa douradinha e borbulhante no fogão. 

Há variadas bebidas, dois colchões reserva, cachorro que sabe truques e mais de dezena de girafas.

Recordações de viagens, presentes de amigos e muitos penduricalhos. 

Minha casa não é minha, mas é meu este lugar!

Nas andanças aprendi a deixar coisas pelo caminho, a me desgrudar de objetos e a guardar na memória as composições de outros espaços. 

Descobri que casa de verdade, casa da gente, sempre está um pouco bagunçada: um tanto de desordem e precisando de algum tipo de reparo. 

Sei também que não há melhor lugar no mundo!

A casa tem suas vontades. Quando Tim Maia está na radiola, é hora de faxina; se Sinatra canta, é para namorar; quando Bach ataca, silêncio. 

Tenho poltrona de leitura, lugar preferido na mesa e recortes de detalhes. 

Gosto quando os amigos vêm! 

Aqui não tem TV nem relógio. Em compensação, mais de dúzia de rádios, toalhas felpudas e cobertores quentinhos.  

Sou rainha do lar, mas essa também é a casa das pessoas que eu amo e para elas as portas estão sempre abertas. 





4 comentários:

  1. Não é Margarida,não....É mesmo a Noemi Osna..não sei pq tá configurado Margarida no Google, tenho que descobrir.....

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  2. Bacana e muito aconchegante, me refiro ao texto isso mesmo, passou legal, adorei.

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