Me lembro da primeira vez que vi a Luciana.
Eu estava nervosa, carregava uma bolsa pesada, com livros, dicionário e muita
expectativa. Foi meu início na Educativa, com o José chefe.
A Lu vestia uma calça curta, tipo catar siri
na praia, uma bluzinha azul cheia de fru-fru e sandálias pretas. Era um dia
quente, ensolarado.
A sala da produção da Educativa era algo do
tipo bagunça organizada, muita gente, muito trabalho, um computador. Eu não
tinha lugar, não tinha mesa, não tinha cadeira e não sabia direito o que ia
fazer. Tentava conversas com meus futuros colegas de jornada, mas ninguém tinha
muito tempo para boas vindas.
Como não sabia pra onde ir, fiquei
ridiculamente quieta, em pé, tipo múmia, tipo poste. A Lu chegou, perguntou meu
nome, meu signo e o que eu ia fazer. Timidamente me apresentei: “Adriana, áries,
ainda não sei direito minha função”. Ela me disse o nome secamente e me mandou
a sentença: “hoje é meu último dia aqui”. Tensão! A Lu não era muito simpática
naqueles tempos.
O meu debute no dial estava acontecendo ao
mesmo tempo do que pensávamos ser o final da carreira radiofônica dela.
Meses depois ela voltou para programação.
Para misturar músicas, criar blocos, inserir ideias, conceitos numa rádio que
era a melhor da cidade. A programação da Lu sempre foi linda, fluida, duvido
que houvesse ser entregue aos prazeres da boa música brasileira capaz de mudar
de estação quando ela estava operando a pick-up.
Com o tempo fomos ficando próximas, trocando
conversas, falando segredos. Ela fez meu mapa astral e perdeu um pouco do
horror a uma pessoa áries com ascendente em áries (!). Nos tornamos amigas.
Dividimos tudo: a sala, o computador, as loucuras, a revolta, a analista, os
papeis. Por muito tempo fomos tratadas como uma única pessoa. Ficamos tão amigas que até nos foi
permitido brigar. E depois fazer as pazes, num abraço longo e num pedido de
desculpas mútuo, num encontro inesperado ao lado da seção de bananas do
supermercado – nada mais apropriado.
Eu e a Lu trabalhamos, bebemos, comemos,
trocamos, planejamos, discordamos em tudo, seguramos as barras uma da outra há
mais de uma década. A Lu sabe tudo de mim. Conhece minha essência, fala do sol
na 12 e da casa 3 não sei onde para explicar minhas loucuras. Escrevi o MPB
para Crianças por conta dos incentivos dela.
Eu tenho muita sorte por pertencer ao Clube
da Luluzinha!
Feliz aniversário, querida!
QUE LINDO ADRI... EU AMEI!! QUE LINDA QUE VC..AMO VC, SÓ POR AMAR A LULUZINHA TANTO ASSIM!! VC É UMA QUERIDA... BJOBJOBJO
ResponderExcluirquerida! precisamos nos encontrar, nos ver, fofocar...
Excluirbeijo, beijo, beijo pra você também!
Muito legal. Calça siri na praia e sandálias pretas é a Lu mais Lu que posso imaginar. Hahaha.
ResponderExcluire perguntando meu signo no primeiro encontro!!!
ExcluirLindo demais, Clube da Luluzinha perfeito! Parabéns pela sensibilidade Adri. Um super beijo em vc. A Lulu é uma daquelas pessoas que demoramos milenios pra encontrar.... e na verdade só encontramos porque o copro celeste deu uma ajudinha.
ResponderExcluirAbraço apertado em cada membro do clube. Salve essa luz, chamada Luciana Monteiro.
Salve!
ExcluirO bom é saber que cada membro do Clube da Lulu, de alguma forma, tem um pouco dela também...
;-)