Estamos todos aqui, a passar frio, a bater
queixo, a guardar imensos cestos de roupas pra lavar, a desmarcar compromissos
e a maldizer o tempo...
Mas a nossa vida curitibana é capaz de coisas
impressionantes. Uma neve simbólica, uma neve que não é neve. Uma neve que institutos
sérios de meteorologia não botavam fé, mas que se materializou acho que pela
força de vontade da cidade.
Chuva congelada? E daí? Aqui em casa pulamos
da cama felizes da vida hoje pela manhã e comemoramos aquele frio de cortar os ossos.
Lívia, Dé e eu saímos pela rua numa alegria meio inexplicável, a comemorar
sabe-se lá o quê, numa diversão por existir, só por existir.
E nesse clima, andamos em alvoroço pelas ruas
próximas. E encontramos nossos patrícios, a serem o que são, a se comportarem
como sempre. Aquela nevezinha caindo deitada, branquinha, bonitinha, em
floquinhos nós três rindo e um monte de gente que estava a marchar para o
trampo de terça-feira, olhava com ar de desprezo, com aquele jeito tão nosso,
tão blasé, a desprezar o fenômeno e se concentrar na própria vida.
Essa é a Curitiba que eu viajo: ninguém fala
com ninguém, ninguém se comove para o próximo, em público. Cada um segue sua
vida. E pronto! A Curitiba de Dalton: província, cárcere, lar!
Nós três, ainda bem, tínhamos uns aos outros
para a partilha e a incrível felicidade de poder comemorar coisa simples, boba
e fugaz.
acho que logo mais tem mais, ou menos |
adoro a cafonice de ficar empolgada com isso! |
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