sexta-feira, 5 de abril de 2013

devagar e urgentemente

eu sou feita de silêncio! falante, gosto de ficar quietinha. 

as palavras soltas, livres, aladas me jogam pra dentro do nada. e o nada é quieto.

os olhos marejam, a garganta seca, os gestos ficam pequenos e a boca fala o que o coração nega.
todos os meus silêncios dizem muita coisa. mais do que todas as minhas palavras.

quando me meto a escrever, é do silêncio que os textos tratam.  

eu queria cometer uma carta de amor. uma carta de outro país. uma longa carta que falasse sobre tudo. daquelas, cheias de perigos e de certezas. uma carta que consumasse todo sentimento. 

lápis afiado, papel em branco: me calo!


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