As vezes levanto sonhando. Tem manhãs que nem
acordo.
Às seis desperto, as sete caio, às oito tenho
vontade de voltar.
Me delicio com os dias de preguiça e as noites
de grande disposição.
De dia eu faço graça, à noite dou bandeira.
Bobeira!
Lençol fresquinho, coberta quente e travesseiro
fofo são meu passaporte. Relógio é inferno. Inverno é verão e o escurinho cai
bem a qualquer hora.
Meia-luz, meia lua, meia noite, mais meia hora, meia volta, volta e meia,
pés sem meia.
Gosto de pijamas. Pijamas curtos, longos,
macios, sem manga, que cobrem, que despem, que deixam em pêlo.
Gosto de água. Ao lado, fresquinha. Antes, no
banho. Pra beber, pra benzer, pra banhar...
Gosto de silêncio. Silêncio de passarinho
pela manhã. Silêncio de sussurros à noite. Silêncio de boas conversas a
qualquer hora.
Na cama a realidade não tem vez. Na cama os
prazeres do corpo e dos sonhos; dos sonhos de dormir e dos sonhos de acordar.
Na cama até o sol raiar, até a lua subir, até o outro dia. E o outro.
Na cama, pés, beijos, braços. Luta. Flores.
É na cama que a vida acontece!
Maravilhoso este texto poético.Parabéns.Vou fazer um link.
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