Estou a pensar em Lina, uma das pessoas mais
sensíveis que já conheci.
Frágil, bela, rara feito porcelana de
importante dinastia, ela carrega também o contraditório de ser tudo isso e ser
mais: guerreira, forte, indestrutível, feito diamante que não se deixa riscar
por nada.
Lina me deu o presente mais importante que
alguém pode nesse reino de cá: o amor da amizade.
E porque ela é ela, trouxe junto com esse
pote de ouro suas tão deliciosas características:
- o humor diferente, ácido, que revela sem
dizer e expõe as ridicularias humanas de um jeito divertido;
- a observação do mundo à sua volta, de
coisas que ela percebe porque tem os sentidos abertos e a antena sempre a
funcionar em todas as sintonias;
- a revelação do humano, desde o caminhar de
uma mocinha da cidade até o sono rendido de quem tem marquise como casa;
- a descortinação da cidade, porque ela sabe
de nossa província e seus personagens anônimos e mais importantes que qualquer
um com nome conhecido, ela sabe quem é que faz, de verdade, o mundo girar;
- o fazer conhecer as árvores, flores,
paisagens, telhados, placas, muros, faixas, monumentos, todo e qualquer fio que
tece esse grande tapete em que pisamos, pisamos e pisamos todos os dias, e que
muitas vezes precisamos dela para saber, para ver;
- a delicadeza de contar coisas boas sobre
nós, a generosidade de aumentar nossas qualidades e a compaixão de justificar
nossas baldas.
Lina, nada objetiva, cheia de conversas, de
caminhos, de paixões, de olhares. Ela, que agora é avó, continua menina, parece
borboleta que acaba de sair do casulo e se espanta com o mundo.
É muito bom ter a chance do convívio com alguém
que não perdeu a espontaneidade do gesto e acorda com o olhar atento a tudo que
para muitos se tornou trivial.
Lina não é trivial, Lina é, todos os dias,
original – uma flor com mil pétalas de bem querer.
pra quem teve a sorte de conhecê-la aos 26. |
pra quem tem mais sorte e a conhece hoje. |
Queria saber escrever como você, Adriana, para também homenagear pessoas maravilhosas como a Lina. Belas fotos, bela Lina, o mais não posso dizer.
ResponderExcluirFábio, a Lina inspira muitas coisas, queria saber escrever sobre todas elas... mas acho que esse tipo de transcendência não comporta palavras.
ExcluirMeodeusdocéu!
ResponderExcluirEu não mereço. Ai, Adri, correndo me esconder embaixo da cama.
Será? será que é de mim que essa moça esta falando?
E esse amigo carinhosos, de tantos horizontes, será?
Tudo o que eu disser agora soará piégas e até rocambolesco.(correndo arrumar a casa pra receber, nem que virtual, pessoas tão, tão sem carencias a zelar por mim?)
Agradeço a Deus pelo anjo e o ateu que me pos entre os convivas.
vou ali chorar de emoção e já volto!