terça-feira, 29 de maio de 2012

quem lê tanta notícia?


eu não assisto TV, não gosto de TV, me irrito com TV, desisti da TV. não tenho TV por assinatura, não tenho antena, não tenho tela plana, não tenho aparelho decente, não tenho esperanças.
não sinto falta alguma.

ligo a TV em dois únicos e raros momentos: 1. para ver alguma coisa em DVD e 2. para assistir ao “bom dia brasil”, quando me lembro.

pois bem, um dia desses vi a ilze scamparini falando sobre um terremoto no norte da itália. caçarola! e não é que a mulher tá igualzinha? tá certo que como a minha TV não tem antena, a imagem não é lá grande coisa, mas mesmo assim a mulher é uma loucura... a mesma voz, o mesmo cabelo, a mesma cara e, claro!, o mesmo papo.


ela é correspondente da globo na itália desde o tempo em que eu ainda acreditava na TV. fiquei pensando se estar perto do papa, proporciona esse milagre de mantê-la congelada no tempo, enxutaça, bonita, gostosona.


mas depois de muita matutação, eu descobri qual é o grande mistério. é óbvio! aquela não é a ilze de hoje. é a mesma ilze de antes, são tapes que a globo guardou e usa ano após ano, sem que a gente se dê conta... pode reparar. as notícias sempre, sempre, sempre são as mesmas:
-       uma onda de frio assola a europa...
-       a itália não vivia temperaturas tão altas desde...
-       um escândalo envolvendo a alta cúpula do poder político italiano...
-       foi sentido no centro do país um terremoto de magnitude...
-       o papa se pronunciou pela primeira vez sobre o acordo internacional...

como desde sempre as notícias são as mesmas, eu fiquei curiosa, o que será que a ilze scamparini deve estar fazendo e como será que ela está de verdade?
acho que começarei um movimento "apareça ilze".  

segunda-feira, 21 de maio de 2012

eu fui assaltada de novo!



Nessa semana roubaram o rádio do meu carro e alguns pertences mais, incluindo uma meia dúzia de CDs, alguns livros, brinquedos e roupas. O curioso da história é que o ladrãozinho escolheu os discos, os livros e tudo mais que achou que devia levar. Descobri que ele tem preferências: não gosta de Bach, nem do Jaime Álem; deve vestir manequim parecido com o meu, porque levou os casacos; dos meus brinquedos, alguns achou interessante, outros nem tanto; não planeja ir à praia tão cedo, porque meu chapéu, a canga e toalhas ficaram; o gosto literário gira em torno de biografias; tem consideração, deixou os documentos; é fã do Luis Melodia; odeia Marisa Monte e Red Hot e tem muito frio nos pés (lá se foram minhas meias coloridas...). Ele não chegou prevenido ao local do crime, porque teve que esvaziar minha sacolinha de lixo para carregar os pertences. E a essa altura deve saber uma coisinha ou outra sobre Roberto Campos, Mohamed Ali, Sérgio Cabral (o pai) e Capistrano de Abreu – tinha uns textos avulsos deles numa pastinha, que ele resolveu levar... 

Sujeito filho da puta, mas cheio de traços de personalidade...

domingo, 20 de maio de 2012

a casa na árvore própria


se as pessoas que conheço morassem numa árvore, a casa delas seria assim:


- a do jopz, com ares de mistério:

- a da gabys, de boneca:

- a da minha irmã, muito chique:
                                          
- a do alex, super nerd:

- a do carlos alberto, com um anexo para visitas com crianças:

- a minha, bem perto do chão e vendo as estrelas:

- a da san, com poucas escadas, para não judiar dos joelhos:
                                          
                                          
- a do dé, com cúpula e wireless:
                                          
- a da amaranta, ultra hippie:

- a da lívia, longe da floresta:

- a da luluzinha, mística:

                                                         
- da bea, porque ela é sonâmbula:

- a da denise, sofisticada:

- a do joa, cheia de masterizações:

- a da carla, bem perto do mar:





sexta-feira, 18 de maio de 2012

o velho e rude bretão

eu não sou uma pessoa de futebol. não entendo patavinas. mas gosto. gosto de ver um joguinho ou outro na tv, amo ir ao campo - sinto saudade de um tempo em que sempre ia... 
não tenho time. apenas preferências que mudam ao sabor do momento. 


nessa semana morri de rir com o post da nervosa tripudiando sua vitória verde e branca. 


aí me lembrei desse outro vídeo, que também é muito, muito, muito engraçado. 
há muitos anos meu amigo luca rischbieter me mostrou isso, mas estava longe da minha memória... 





terça-feira, 15 de maio de 2012

tudo ao mesmo tempo agora


Ele segurou minha mão, me olhou nos olhos, bem no fundo, e falou sem dizer palavra. Sabia o que ele estava pensando. Sentia. Não soltei sua mão, não tirei os olhos dele, não arredei pé. A eternidade da espera pela ambulância nos fez entender um pouco mais sobre amizade, amor, solidariedade, valor, vida e morte.

O Felix Miranda, 74 anos, é ator, rádio-ator. Um cara muito legal! Cheio de delicadeza, educação, preocupação, sabedoria. Há muitos anos treinamos um trabalho juntos. Agora, conseguimos colocar em prática: estamos preparando rádio-novelas para AM. Conseguimos um elenco da FAP e estamos tratando disso. 
No sábado fizemos programa de auditório e, pela segunda vez, ele subiu ao palco para, aos moldes do passado, fazer o comercial da rádio. Bem bacaninha os reclames assim... Mas depois do espetáculo, quando ele foi se despedir de mim, colocou a mão no peito, encolheu-se, apertou os olhos, suspirou e me disse que sentia muita dor.
Ele teve um pequeno enfarte. Agora está tudo bem. Foi coisa pouca, porque nem a maldição de um enfarte tem coragem para agredir de verdade o coração de um homem tão bom quanto o Felix Miranda.

Foi um susto horroroso.

As vezes penso que eu sou a pessoa que mais vive emoções e ou situações diferentes num único dia. No sábado passei por: 
-       notícia de assalto na casa de uma grande amiga
-       super faxina na minha casa
-       almoço inesperado com Leyna (em quem sempre penso e pouco vejo)
-       direção em círculos atrás de um endereço impossível
-       sucesso total no programa de auditório sobre Cartola
-       enfarte do Felix
-       desabamento de emoções em cima da Bea
-       preocupação com a carteira perdida do Silvio
-       café com a minha querida Carla
-       análise por telefone, em conversa interminável com a terapeuta (e nesse capítulo, muitas coisas apareceram) 
      
      É mole ou quer mais?

domingo, 6 de maio de 2012

penso, logo desisto



Matutando sobre minhas dificuldades em encontrar tempo e ânimo, vontade e decisão, força e coragem para enfrentar os acontecimentos mais recentes da minha vida, resolvi que melhor é colocar o barquinho na água e deixar o rio me levar. Afinal, nem depende de mim todas as decisões que acho que são minhas. 
Que existência essa minha! Resumida em desistência...

sábado, 5 de maio de 2012

um corisco no caos


O pessoal do meu antigo trabalho me ligou nessa semana para eu fazer um servicinho por lá. Fiquei bem feliz. Primeiro porque é legal saber que as pessoas ainda precisam da gente. E também porque uma graninha extra, nesses tempos em que estranhamente minhas contas se multiplicaram, cai bem.

Pois muito bem, parei, sorridente, em frente ao computador e fiz o que sempre faço: nada. Um nadinha aqui, outro ali... Navegação vaga e boba para distrair pensamentos. E me arrastando interneticamente por endereços repetitivos e entulhados de coisas, notícias, informações e besteiras, encontrei isso aqui: Olhos de vidro: Uma arte em declínio?

Caraca! Fiquei pensando nos mais diferentes trabalhos inventados para que o homem encontre seu sustento, seu passar a vida, seu distrair das questões ou seja lá o que for que representa, de verdade, o trabalho para cada um.

E esse pensamento me carregou para uma cadeia de inquietações de coisas que preciso na minha vida e para as quais gostaria muitíssimo de ter profissional habilitado para tratar:
-       a troca das lâmpadas da minha casa (eu detesto quando uma lâmpada queima. Se uma pessoa fosse especialista em saber, exatamente, o tempo da vida útil das fontes de cada cômodo da minha casa, com suas particularidades, poderia se antecipar em horas na troca e, sem desperdício, teria sempre uma casinha lindamente iluminada sem me irritar tanto com a tarefa – em termos chiques poderia ser um exchanger lamps personal).
-       a organização dos tupperwares no armário (sonho em abrir a porta do armário que fica em cima da mesa da cozinha durante três dias seguidos sem ser atingida na cabeça por uma tampa ou um pote ou um medidor ou qualquer outro objeto indisciplinado que quando vê a luz da liberdade resolve pular pra fora, sem dó nem piedade de quem está na frente. Por mais que dedique horas nessa organização, em pouquíssimo tempo a confusão está formada de novo – alguém conhece algum organizer tupperware?). 
-       a luz do abajour do meu quarto (eu não gosto de dormir no escuro, nem com luz. Se a luz está apagada, não consigo dormir. Se a deixo acesa, ela acaba atrapalhando o meu sono e acordo de madrugada para apaga-la, mas apagando-a, não consigo dormir e o círculo vicioso se instala. Bom seria que alguém sempre apagasse a luz depois que eu dormisse e pronto).
-       do outro pé de meia (as meias da minha casa acabam se tornando solitárias, infelizes, sofrem pela falta de seu par. Eu não descobri em qual situação o casal se separa, só sei que me dá coceira quando puxo o par e só vem um pé. Se alguém se encarregasse de cuidar, de andar de mãos dadas com os dois pés de meia quando elas saíssem dos meus pisantes, tudo seria mais fácil).
-       da minha caixa de e-mails (recebo, mais ou menos, uns 70 e-mails por dia. Metade deles, de propaganda, venda de alguma coisa, ofertas e afins o que não significa que não quero saber, porque vai que tem alguma coisa que interessa. Uma boa parte é de trabalho, compromissos profissionais, providências urgentes, que eu tenho que responder com concentração e muito siso. E outro pedaço é de coisas pessoais, que, normalmente, me alegram e me colocam em contato com pessoas que gosto. Tudo isso toma um tempo danado e eu não consigo delegar pra ninguém porque ainda não encontrei um profissional qualificado, capaz de fazer a triagem como se fosse eu e de entender os pormenores das correspondências e de minhas necessidades, obrigações e deleites diante delas).  
-       das plantas da sala (eu adoro plantas, muitas plantas, amo a casa abarrotada de folhagens e flores e mini-árvores e ervas para cozinha. Mas não sei cuidar. Ouvi um dia desses a frase “se existisse a sociedade protetora dos vegetais, você estaria em cana”. Um jardineiro? Não. Não é esse tipo de tratamento. É algo diferente, quero alguém que deixe meus vasos do meu jeito e não que os transformem em arranjos pedantes como os de recepções bregas de casamento. Queria uma coisinha simples, do tipo feito em casa, feito por mim, mas que sobrevivesse à rotina doméstica de uma casa que tem milhões de outras coisas a dar atenção. As flores de plástico não morrem, mas não vivem também, então não dá).
-       dos CDs (eu tenho alguns CDs em casa. Não muitos, comparando com outras épocas da minha vida, mas mesmo assim, apesar do pouco número, tenho alguma dificuldade em encontrar um ou outro na disposição atual. Já os organizei por ordem alfabética – não deu certo porque cada novo volume exigia um esforço de espaço; um disco novo do Paulo Moura e lá ia eu mudar tudo que vem depois do P um pouquinho pra direita. Depois tentei por estilos – outro erro; vamos continuar com o Paulo Moura como exemplo, um CD do clarinetista poderia ocupar as categorias “instrumental”, “choro”, “samba”, “choro instrumental”, “samba instrumental”, “duetos”, “quartetos”, “clarinetes”, “quartetos nacionais” e por aí vai. Aí me falaram pra arrumar cronologicamente, putz!, grande erro; minha discoteca tem uma preferência pelos anos 60 e um grande buraco na década de 80, por exemplo. Tentei pela cronologia dos artistas, quem nasceu antes fica primeiro, o que é muito mais confuso e irritante, como que Terence Trent D’arby pode ficar perto de Na Ozzetti só porque tem idade parecida? Não dá. Alguém precisaria arrumar isso pra mim de acordo com a minha cabeça, e as associações que estão dentro dela, para que eu pudesse encontrar de bate-pronto cada disco).     
  
Uma ou duas pessoas resolveriam tudo isso? Claro que não! Eu quero tratamento exclusivo para cada tarefa, para garantir a especificidade da função e o alcance do objetivo sem desassossego ou imperfeições ou reparações ou atrasos ou explicações.

Como sei que não encontrarei profissionais assim, e se achar não poderei pagar pelo quadro completo de funcionários que me tirariam do caos e só apareceriam quando precisasse deles, vou vivendo com minhas dificuldades cotidianas...  

terça-feira, 1 de maio de 2012

até que nem tanto esotérico assim





Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu pra você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões
Todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível
Meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar
Nem ficar tão apaixonada, que nada!
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim