terça-feira, 26 de junho de 2012

burrocracia



Um dia desses fui trocar meu plano de saúde. Resolvi sair da incompetente Amil para me filiar a duvidosa Unimed. Essa é mais uma das tantas formas que pratico para, mensalmente, queimar meu suado dinheirinho. Tenho saúde de ferro, poucas coisas me abalam, só vou ao médico uma vez por ano para passar aquele scan geral. Mas tenho um medinho, vai que me acontece alguma coisa... Não posso ser pega desprevenida.

Pois bem, passei a mão no telefone e falei com a mocinha da Unimed. Ela, dona daquela dialética irritante e possível só aos profissionais de telemarketing, me passava valores e planos quando até que chegou a uma opção que me pareceu a mais coerente para o meu caso, a interrompi e bati o martelo: “Quero essa!”. Ela, coitada, não conseguiu parar de falar antes do fim da sua lista, simplesmente não conseguiu, teve que citar todos os pormenores de todas as outras opções de plano mesmo depois de eu ter me decidido. Ouvi pacientemente. Quando terminou, repeti o que queria. Ela, monótona e automática, combinou dia e horário para que um atendente viesse buscar meus autógrafos em seus formulários.


No dia seguinte o pontual colega da mocinha, que apesar de me atender pessoalmente também terminava as frases com “senhora” (eu achei que isso fosse exclusivo do lance por telefone), me contou detalhes do plano. Eu não os queria saber, mas parece que eles têm, por obrigação profissional, que percorrer muitas informações, apesar da cara de tédio e dos movimentos de pressa do freguês.

Assinei uns 783 formulários diferentes. Fiz duas ou três declarações, obrigatoriamente de próprio punho. Respondi, honestamente, 90 perguntas. Paguei. E quando eu pensei que estava tudo certinho veio a pá de cal, eu precisava de provas: de residência (atualizadíssima); de ser mãe da minha filha; de poder arcar com os pagamentos; de que eu era eu; de que as assinaturas eram minhas; etc., etc., etc.

De tudo, o que mais me deixou irritada foi o comprovante de residência. Aquele tom sério do cara, falando como se esse fosse o documento mais importante da vida, e ele sempre repetia “tem que ser atualizado”. Por quê? Pra quê? O único motivo da Unimed querer saber meu endereço é para me mandar as faturas... ou será que um médico ou diretor ou funcionário irá a minha casa para o five tea o’clock? 
E para mandar as faturas era só aceitar o endereço que eu afirmava...

Cara! Fiquei super ofendida. A impressão que eu tive (movida também um pouquinho pelas doses de paranóia que me acompanham), é de que a Unimed duvida de tudo que digo. Sou mentirosa e tenho que provar cada informação que passo. Não adianta dizer que moro na rua tal; que quero o plano B; que tenho dependentes no plano; que eu sou eu.

Tive que provar tudo, até parecia o Deus de Alberto Caeiro... 

domingo, 24 de junho de 2012

brrrr! que frio!


Depois que fiz aquele post sobre a casa na árvore própria de cada um fiquei pensando em mil outros temas para o mesmo tipo de abordagem.

Hoje, inspirada nessa temperatura ridícula e olhando para os meus pés, inventei como seriam as meias ideais de algumas pessoas...

Pra Lívia que recusa chinelo, pantufa, meia ou qualquer outra coisa depois que passa do limite da porta:


Pro Dé que sente muito frio, toda a lã do mundo:


Pra Pati porque é organizada e gosta de cada coisa em seu lugar:


Pro Carlos Alberto que não admite andar com qualquer tipo de 
sapato em casa:

Pra Chica que é divertida e estilosa:


Pra Gabys porque tem adereços que combinam perfeitamente:


Pra Andrea que, tenho certeza, curte o Dancing Days:


Pra Betina que já tem outras caveiras tatuadas no corpo:


Pro meu pai que é sério e não gosta de brincar com essas coisas:



sábado, 23 de junho de 2012

se fizer bom tempo amanhã...



Eu, Lívia e Marta fomos ao Paiol na fria noite de sábado. O primeiro sábado se inverno. Lá dentro, inverso de inverno. Um clima descontraído como se estivéssemos no quintal da casa da Suzie e do Vicente num dia ensolarado e cheio de calorzinho e sol e cerveja e... samba!


No show “Eu Canto Samba” o grupo fez um passeiozinho pelo nosso ritmo maior. Tintim por tintim cantaram as delicadezas de letras dos nossos tão aplaudidos  compositores populares. No repertório, delícias para ouvir, cantar e dançar: Noel Rosa, Paulinho da Viola, Haroldo Barbosa, Dorival Caymmi, Sinhô e por aí vai...

Eu sei que o Vicente, maestro, arranjador e instrumentista é rigoroso, exigente e dedicado e que a turma toda estuda e se empenha muito, mas há tanta leveza e bom humor no palco que parece que aquilo tudo é pura brincadeira.

Quem não conhece o Brasileirão, deve colar na agenda do grupo e segui-lo pelas paragens que volta e meia fazem pela cidade.

perdão pela foto mal tirada, eu estava mais interessada na música...
Suzie Franco e Renildes Chiquito (sopranos), Cida Airam e Fernanda Sabbagh (mezzo-sopranos), Beth Lopes e Renata Melão (contraltos), Bruno Mazanek e Levi Brandão (tenores), Reginaldo Nascimento e André Barroso (barítonos), e Marcos Appel e Freddy Branco (baixos). No instrumental (hoje): Fábio Cardoso (piano), Sandro Guaraná (baixo), Vicente Ribeiro (cavaquinho), Cláudio Menandro (violão 7 cordas), Luis Rolim e Marcos Saldanha (percussão).

É sempre bom lembrar que essa turma conta com os trabalhos de produção da competentíssima Beth Carlos. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

a menina que olhava para câmera




Jul,

Eu estou, sem falsa modéstia, acostumada às boas qualidades dos meus filhos.
Sinto um amor muito grande por eles, pelas pessoas que são, pelo o que estão se tornando individualmente. É muito bom fazer parte da vida de gente assim; como mãe, então, nem se fala.

Mas há coisas que me tocam o coração de uma maneira muito especial...

Quando a Lívia, tão pequenininha, depois de alguns ensaios subiu ao palco do Guairão, sozinha, e deu conta de tudo, de maneira tão profissional, tão bonita, tão competente, achei que não teria mais esse solavanco, chacoalhão de orgulho.

Depois daquilo veio o convite para o cinema. Ela animada, depois exibida, depois cansada, depois exaurida e, por fim, realizada.


Você me mostrou o filme antes. Eu gostei, mas fiquei um pouco desconsertada, porque não sei ainda olhar para uma história de um jeito não-aristotélico – o cinema descontínuo é uma novidade pra mim e eu fico um pouco tonta, perdida, esperando aquela sequência a que me habituei.

Talvez por isso, eu assisti primeiro o filme, depois pensei na minha filha... Eu só fui levar a bofetada de satisfação (como a de ver a Livinha no Guairão) naquele sábado em que você trouxe o cartaz do filme aqui. Você não faz ideia do que é para uma mãe olhar a foto de sua caçula estampando a divulgação de um filme em que ela é a protagonista. Uma foto tão linda! Um momento tão bom! Uma emoção tão forte! Saber que a filha realiza uma coisa, conclui um trabalho, se dedica à feitura ainda que lhe custe alguns sacrifícios de sua vida de criança... saber de tudo isso e ter a noção do tamanho dessas coisas, é muito especial. Que bom que é ter a possibilidade de viver momento assim. 

Obrigada, Jul!

Agora sobre o filme. Não vou percorrer, de novo, minha emoção de mãe ao ver minha filha numa telona de cinema. Pulo essa parte e me mando direto ao ponto. Eu nunca havia visto filme, história, enredo sem ser da maneira de sempre, que vocês, que entendem das paradas, chamam de “Aristotélico”. Eu gosto da maneira dele, de sempre: fico confortável e bem situada com continuidade de tempo e espaço, com a historinha sendo contada naquela ordem que conheço, no máximo um flashback básico e tudo volta a ser como aprendi: do menor para o maior, da esquerda para direita...

O estranhamento que me causou, não me impediu de estar aberta e atenta à nova fórmula. Com isso, descobri que há maneira diferente de contar uma história, de olhar o mundo e de descobrir coisas... Fiz ligações que não sei se correspondem com a proposta, em outra oportunidade te conto.
Amei a Lívia valsando com a câmera e se você tiver uma foto daquele momento e me enviar, ficarei muito agradecida.

Obrigada por fazer parte da nossa vida e por proporcionar que a minha Lívia, apesar da pouca idade, já tenha tantos momentos inesquecíveis.

Um beijo,

PS - Me manda o filme para eu postar aqui...



terça-feira, 19 de junho de 2012

3X4




A minha amiga Sandra é uma mulher incrível!!!

Estamos uma na vida da outra desde outra vida, desde sempre, embora com espaços e distâncias maiores do que eu gostaria.

Me ensinou a limpar a casa, a deixar de ser boba, a seguir a vida, a tratar as coisas, a não desistir, a não encobrir. Mas ela não fez isso só comigo, só por conta dos meus lindos olhos, ela fez tudo isso porque é assim, porque esse é o seu jeito, porque é isso que faz para quem está em volta.

A Sandra é mãe de todos – e é o fura bolo e o mata piolho. Ela é todos os dedos, mãos, pés. Ela é o cérebro e coração. Tudo junto, tudo ao mesmo tempo agora. 

Adulta, com filhas, marido, casa, cachorro, gato, galinha e uma maré financeira esquisita, ela decidiu que voltaria estudar. Todo mundo deu força, claro!, e apesar de conhecê-la e sabê-la dedicada a tudo que faz, conseguiu surpreender, porque ninguém imaginava que se envolveria de tal maneira com os estudos e descobertas e leituras e grupos e invenções. Mais? Fez tudo isso trabalhando, cuidando da casa, das filhas, do marido, dos irmãos, das amigas. Fez tudo, sem deixar a peteca cair. Cobrindo todos os lados. Batendo escanteio e cabeceando. Um olho no peixe e outro no gato.  

Ela é a rainha e a serva de uma família linda, bem composta, bem estruturada. Alicerce e flor. Inspiração e sorte de quem está em volta!   
Se eu tivesse que descrever determinação, força, entusiasmo, amizade, boa vontade, dedicação, amor e as bem-aventuranças num pizzini, escreveria Sandra Cristine

sexta-feira, 15 de junho de 2012

???


trimmmm

-       alô?!
-       é a Adriana?
-       sim!
-       desculpe, foi engano.

que coisa estranha! vai saber o que se passa na cabeça das pessoas...





terça-feira, 12 de junho de 2012

ah!, o amor...

lembra do Pepe Le Pew? o gambá doidinho que se apaixonou por uma gatinha que ele podia jurar, com a pata em cima da bíblia, que era didelfídeo como ele. pobre Pepe, tão apaixonado, tão cego de amor, tão francês...


e a gatinha Penélope? tinha tanta pena dela também: tão gata, tão livre, tão felina, tendo que correr, ferir, fugir de um apaixonado inconveniente.



pode parecer incrível, mas o casal era perfeitinho. porque ele, dono de uma paixão exacerbada, arrebatadora, de um romantismo a toda prova, precisava, claro!, de um ser para amar, uma musa que inspirasse constantemente aquele mar de loucuras... o saco sem fundo desse amor só era possível porque ela não ligava a mínima, sendo para sempre o objeto de seu desejo... já ela, que tinha queda pela liberdade, que gostava de ser dona de seu destino e de suas escolhas, toda vez que fugia dele, colocava isso em prática. reafirmava sua independência e seu poder de escolha toda vez que lhe dizia não. acho que por isso sempre passava debaixo de uma escada, de uma lata de tinta, de um móvel recém pintado e tatuava a listra branca na imensa calda e recomeçava a história...


os bichos precisam das situações mais estranhas para viver...

terça-feira, 5 de junho de 2012

delírio I - em genebra





Depois de conversa rápida, trocada em meia dúzia de linhas nesse blog, com o virtual, bicicletista  e misterioso Jopz, resolvi viajar para Genebra.

Cheguei agora pouco e dá para entender os motivos dos conselhos de Jopz. Esta é a capital da paz. Nações Unidas, UNESCO, Cruz Vermelha e todo o tipo de organização que pensa na totalidade da humanidade com empenho e boa vontade está aqui, de corpo presente, com prédios lindos e trabalhadores incansáveis, que se esforçam em todas as possibilidades para fazer desse, um mundo melhor.



Há também os bancos. Lindos bancos. Ricos bancos. Quanta grana!

Há céu azul, ar puro, gentilezas e muita cordialidade.

Há muita gente de outros lugares. Forasteiros, como eu, de mais de 180 países que se misturam e dialogam civilizadamente.

Não sei se por influência do Jopz ou se pelos traumas anteriores, estou me locomovendo de bicicleta...



Vou descansar, amanhã escrevo mais.  

domingo, 3 de junho de 2012

pode parecer incrível, mas escapei de novo assalto




Não vou relatar, estou com preguiça, raiva, medo. Em vez disso, prefiro me divertir  pensando nas reações de quem conheço (ou não) e já não aguenta mais essa minha relação com os delinquentes da cidade:

-       minha mãe: “Se você tivesse um marido... Adriana, penteie esse cabelo!”
-       minha irmã: “Eu não aguento mais comprar rádio para o seu carro! Com esses seus assaltos já amarguei 5 aparelhos...” 
-       meu irmão: “Puxa Adri, apesar de tudo você está tão bonita.”
-       Lulu: “O seu sol na casa 12 as vezes dificulta um pouco.”
-       Tia Sueli (1a série): “Separando em sílaba: as-sal-to.”
-       Gilberto Gil: “O cerne da questão está na introspecção de cada ser, na percepção da humanidade, na compartimentalização que se nota dentro das totalidades.”
-       Vânia: “Vamos beber, mulher!”
-       Marta: “Tem uma entrevista incrível do Jamelão no Canal Brasil.”
-       Caetano Veloso: “O Brasil é lindo, amaro! Ou não!”
-       Julinho da Adelaide: “Chame o ladrão.”
-       Lívia: “Guria! Não dá agora!”
-       Gabys: “Deixe que quebre...”
-       Carlos Alberto: “Se distraia, dê uma olhada nos Diálogos de Platão, que maravilha!”
-       Bea: “Eu trouxe um dois-amores pra você!”
-       Joa: “Perfect, plus, golden, master.”
-       Dani: “Eu conheço uma cartomante ótima!”

E você, diz o que?