quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar



Uma ajudinha, por favor!


Vez ou outra faço uns trabalhinhos pfs, uns freelas para ajudar no leitinho das crianças...
Não vou me alongar contando detalhes sobre isso. Vamos direto ao ponto: por conta do fim do mundo (!) preciso selecionar 15 canções (brasileiras, preferencialmente) que tratem dessa temática.

Um dia desses, dirigindo, fui lembrando de muitas. Mas como não dava para anotar e larguei aquele velho hábito de andar com o gravadorzinho (desde que acabaram as pilhas em 2007),  registrando todo tipo de coisa que eu pensava e não podia escrever, é óbvio que acabei esquecendo.

Tô num esforço absurdo, mas a lista não cresce. Será que alguém tem mais memória, conhecimento, habilidade, discoteca, contatos que eu?
Aider!
- e o mundo não se acabou
- joelmir betting, a canção
- último dia
Antes que o mundo se acabe, é preciso pagar mensalidades, então, pra evitar que eu ligue pedindo uma grana emprestada, ajudem.



coisas do coração



Eu bem sei! Tenho experimentado muita coisa nos últimos 10 dias. Ainda não cheguei ao enfarte, mas se continuar desse jeito...
No meu coração cabe amor, saudade, medo; cabe coragem, amargura, gratidão; tem  ansiedade, revolta, conquistas. O meu coração é encharcado de lágrimas, de risos, de suor, de mágoas. Ele conhece a dor, a felicidade, o desapontamento e a superação. Fabrica ódio, rancor, perdão e esperança. Duvida, renuncia, aposta, acredita. O meu coração cultiva amizade, solidariedade, otimismo, vontade. O meu coração sente inveja e as mesquinharias da vida nossa de cada dia. Tem raiva, melancolia, piedade, horror. Ele conta mentiras, prega peças, esconde coisas, tem segredos. Meu coração é taquicárdico, neurastênico, alucinado. O meu coração é mudo, fala pelos cotovelos, enxerga através das paredes, corre, se exalta, se cansa. Ele é jovem e velho; fica pequeno, apertado e cabe muita coisa; é feito de pedra e manteiga, fogo e gelo, flores e pós, esqueletos e mares, garrafas e mensagens, matéria e espírito, positivo e negativo.  
No meu coração tem muita solidão e muita verdade.
Ele é bem parecido com o seu! Ou não? 





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

zzzzzzzzzz


Consigo dormir com ônibus acelerando debaixo da minha janela, com moto, carro e buzina; com gente falando, barulho de motor, apito, sirene e radio alto; com televisão ligada, preocupações na cabeça, filho fora de casa e avião cruzando o céu; consigo dormir ouvindo música, lendo livro, vendo filme; consigo dormir quando chove, está muito frio ou faz calor insuportável; durmo com fome, de mau humor, animada, com sede ou irritada. 
Até sem sono eu durmo… mas um mísero pernilongo, um pernilongo de nada, me enlouquece!!!



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sinal fechado


Caçarola! Acontece cada coisa nessa vida estranha, estranha vida.
Hoje, por conta de uns problemas pessoais e umas liberdades adquiridas, saí um pouquinho mais cedo do trabalho. Coisa pouca, cerca de uma hora antes do horário habitual.
O público na rua é outro num intervalo tão pequeno. Impressionante! Quando saio ao término do tempo regulamentar, o movimento de carro é um absurdo, um tal de para avança, para avança, para avança sem fim. Todo mundo de mau humor e pouca gentileza no asfalto.
60 minutos antes, o mundo muda. Apesar das máquinas na pista que recapeiam a cidade toda, o trânsito flui.
Pois bem, eu dirigindo e cantando a plenos pulmões, como adoro fazer quando estou sozinha no carro, parei no sinal. Me distraí no meio de “Eu me sinto tolo como um viajante / Pela tua casa, pássaro sem asa, rei da covardia / E se guardo tanto essas emoções nessa caldeira fria / É que arde o medo onde o amor ardia…”, da Thereza Tinoco, que, além de gostar, caiu feito luva para o dia de hoje.
No carro ao lado um bonitão buzinou: “Ei, por que que você não está ouvindo a Educativa? Que saia justa, hein? Te peguei!”. O sinal abriu e ele foi embora, rindo. Não sei quem era, nunca vi, nem conheço ninguém que tenha um carro daquele tamanho e valor, também não sei como ele sabe que trabalho na rádio e menos ainda como ouviu minha cantoria, porque apesar dos dós de peito, eu não atrapalho ninguém com minha música, o decibel sempre é só pra mim.
Então, como ele estava em sentido contrário e cada um seguiu seu caminho, deixa eu me explicar com o bonitão. Eu sempre estou com o rádio ligado, com a rádio. Sempre. Mas hoje, enquanto você ouvia a 97.1 FM, eu me entregava a AM 630. A Educativa é mais que uma, atenção com o dial.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

de asas e raízes, como diriam fábio e vânia



Meu filho mais velho vai viajar. Um ano fora. Tivemos a ideia juntos e ele foi tratando de desenrolar todos os novelos sozinho. Se saiu muito bem com o mar de burocracia, estranha e desnecessária, que foi se revelando ao longo da jornada.


Vi tantos sorrisos e inseguranças, tanta comemoração e dúvida, tanta expectativa e cansaço. Mas nunca um sinal de recuo.

É bacana quando alguém está realmente a fim de que uma coisa dê certo! A compra de malas novas é motivo de comemoração. Um champagne para cada ida ao consulado. Calendário com contagem regressiva. Até um braço super quebrado ele deu jeito de curar em tempo recorde.



Por esses dias tenho segurado todas as barras familiares: minha mãe, meu pai, meu irmão, minha irmã, minha filha... todo mundo se entristece um pouco com o lance de ficar um ano sem ele. Parem – a Oropa é logo ali! Calma – ele ta indo fazer uma coisa legal! Ei, vocês podem ir visitá-lo! Omba – há skype, face, msn, correio, e-mail, pombos e, até, telefone!

Mas quando descobri que dia é hoje, quando olhei pra folhinha e percebi que temos menos de uma semana juntos, quando acordei pra coisa, me deu vontade de parar tudo! Poxa! Que que é isso? Quer dizer que os filhos crescem mesmo? Quer dizer que eles têm asas?
Ainda não me dei ao desfrute de aproveitar minha condição de mãe e fazer o dramalhão típico, mas estou perto disso.

o dé fez uma mona cubista quando tinha 11 anos

Ele tem 19 anos, formar-se-ia (!) em História esse ano, se não tivesse feito a opção de cursar cadeiras adicionais fora. Trabalha. Estuda pra chuchu. Junta dinheiro. É bem humorado. Já tem suas tristezas e superações. Aff! Que homem está se tornando...  

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

as coisas do prazer


Essa noite eu não dormi. Putz! Quando olhei no relógio pela última vez era 5:49, me distraí e 5 minutos depois já marcava 7:30. Com essas míseras quase duas horas de descanso saí de casa. Para enfrentar o dia, para ganhar o dia, para conquistar o dia. Para trazer o pão.

No caminho meu telefone tocou. Me animei. Ultimamente eu ando tão derrubada que até o carinha do Santander me deixa contente.  Era um amigo . Queria um favor. Dois, aliás. Tudo bem! No final ele mandou qualquer coisa assim: “Queria muito retribuir isso que você está fazendo por mim, me diz do que que você gosta”.
Me enchi de falsos pudores e tasquei aquela de que não precisa...

Dirigi mais um pouquinho. Verde, vermelho, verde, vermelho e parada em frente a uma loja de material de construção, percebi que não sabia do que gostava. Não sabia dizer. Mas, por outro lado, sou a campeã em enumerar, em qualquer ordem, coisas que eu odeio, detesto, tenho pavor, não gosto.

Ai que amargura! Estou me tornando uma daquelas pessoas, sabe? Daquelas... Um horror. Será que eu não gosto de nada? Que que foi, fiquei oca para as coisas do prazer? Não gosto de nadinha?

Passei o dia com isso na cabeça e quando cheguei em casa, inconformada, fui tratando de me reconhecer como adoradora das coisas simples, simplesinhas. A surpresa? A lista não acaba mais... eu amo amar as coisas! Adoro sentir o prazer das coisas bobas, fáceis, diárias.

Preste atenção. Faça a sua lista também. Eu empresto um pedaço da minha, como ponto de partida. Boa sorte, boa vida!

Pequena lista de coisas que eu gosto (por ordem de lembrança):

banho de mar
banho de chuveiro
uísque na praia
bilhetinho da Lívia
viagem de volta
pontualidade
bom humor
rum
lavar as mãos
flores
ar fresquinho
deitar na cama com lençóis bem limpinhos
leveza
Dé de bom humor
dinheiro
sapato novo
sapato velho
declarações de amor
almoço de sábado
ler poesia em voz alta
ficar em silêncio
lavar o banheiro
tomar sol no inverno
ficar quentinha na cama com os pés pra fora da coberta
cachorro
petiscos
tirar os sapatos quando chego em casa
tirar cravos
cheirinho de lavanda
chá gelado
cantar enquanto estou dirigindo
plantar bananeira na água




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

De chuva, de amizade, de amor e de outras coisas



Quando eu era criança tomava banhos intermináveis de chuva. Não sei quantos foram, não tenho a contabilidade, mas lembro de muitos. Lembro do Zé e eu em algazarras inesgotáveis debaixo de grandes torós. Meu irmão me fazia muito feliz, ele sabia aproveitar a chuva e me ensinava a perder o medo de ir correndo da calçada até a beirinha, no começo da grama, e me jogar e escorregar e fazer do campo verdinho um tapete macio, que melhorava a queda ao mesmo tempo que empurrava pra frente. Íamos correndo e nos atirávamos na grama para escorregar: de bunda, de peito, de lado, de qualquer jeito, dependia do jeito em que caíamos.
Nós corríamos pelas ruas, não passavam carros porque ninguém se arriscaria a dirigir no meio das tempestades de verão, parávamos debaixo de calhas que se transformavam em cachoeiras, deitávamos no chão e por fim, acabávamos com vassoura nas mãos e sabão em pó, lavando a calçada, churrasqueira e áreas livres da casa da minha infância.
Nós éramos munidos pelo combustível da diversão. Minha irmã, pequena, olhava pela janela e nós não sentíamos o peso da tristeza dela por não poder participar daquele momento nosso, só nosso. Dávamos voltas pela casa, brincávamos de pega-pega. Nunca de esconde-esconde, porque acho que meu irmão, mais velho que eu, não me deixaria longe dos olhos dele, não sei se por recomendação da minha mãe ou se por um sentido de responsabilidade fraternal.
O mundo, feito de água e raios, nos pertencia.
Ontem choveu muito aqui. Choveu a mesma chuva de quando eu era criança. Observei os 15 minutos de água, vento e trovoadas da janela, respirando aquele cheiro e sentido os respingos, trazidos pelo vento, no rosto.
Uma preocupação ou outra da vida adulta (será que fechei a janela do quarto? será que as crianças estão bem? será que tem goteira em cima da TV de volta? será que minha mãe está em casa?) e fechei os olhos para aproveitar aquela montoeira de sensações e lembranças.
Quando a chuva passou, veio um desentendimento, uma rusga, que acabou em briga, choro – que não quero contar.
A conclusão? As águas da infância trazem uma coisa, as águas da vida adulta, outra. Se muita água passa por debaixo da ponte da vida, é bom saber aproveita-las de sol a sol.
Se chover hoje juro que surpreenderei o verão e me mando pra rua, como se ainda tivesse 8 anos ou 10 ou 12 ou 39!  

sábado, 18 de fevereiro de 2012

17 anos depois


um dia desses um amigo me perguntou sobre como estava curitiba eu respondi assim:


Não sei com qual freqüência você vem à cidade; em 17 anos muita coisa certamente mudou, para o bem e para o mal... Mas ainda dá para andar pela Rua XV a caminho da Confeitaria das Famílias e ouvir “borboleta 13, corre hoje, federal”. A pastelaria Brasileira e a pizzaria Itália continuam maravilhando as imediações da Biblioteca Pública.

O Teatro Guaíra à noite tem aquela iluminação linda, mas a melhor agenda ainda fica por conta do Paiol...
O Acrótona continua servindo sopas em endereço suspeito, mas a dissidência rica, A Pamplhylia, impera no Batel, fazendo brindes com vinho ruim da casa a casaizinhos de noivos da classe média-média. E por falar em Batel, sabe-se lá por que, agora há uma variação nas imediações da Praça Espanha, o local chama-se Batel Soho.
No antigo e eterno restaurante São Francisco, na rua de nome igual e bairro idem, o tempo parou e todos os meses ouço as mesmas histórias, dos mesmos garçons de quando era criança. O Bife Sujo virou um buffet por quilo (com 15 tipos de salada); o Stuart atende no mesmo local há mais de um século, os garçons de 30 anos de bar, continuam por lá, mas com algumas variações no público, cardápio, bar e ambiente...
A Boca Maldita ainda ferve aos sábados pela manhã.
A noite do Largo da Ordem não existe mais.
O trânsito está caótico.
O sotaque mudou um pouco.
Os parques se multiplicaram.
Mais de 2 milhões de pessoas vão pra lá e pra cá nos raios metropolitanos da cidade, que não têm mais aqueles terrenos enormes das periferias, foram trocados por condomínios com dezenas de casas, muros altos, cercas elétricas e vigias...
Ah! E como a cidade cresceu muito, pra tudo quanto é lado, a Estrada da Graciosa é logo ali e as vezes até dá tempo de se dar ao luxo de durante a semana comer um pastel por lá e voltar rapidinho para o batente...
17 anos é (e não é!) tempo suficiente para mudar muita coisa!
Apesar de tudo, eu gosto muito daqui... acho que se tivesse uma brisa salgada e um mar batendo na minha janela, jamais sairia.

Um abraço,
Adriana


olhei até ficar cansada...

quantas espécies de flores há no mundo? e será que alguma não é de arrombar a retina?
vejo aqui e ali, de tudo quanto é cor, número de pétalas, tamanho, cheiro, gosto, forma...
nunca achei uma flor feia.
diferente? sim! exótica? sim! impressionante? sim! feia? nunca!
as flores de plástico não morrem... mas prefiro as que duram apenas o tempo da própria
beleza...
ganhar flores é super bacana! dá-las de presente é gesto delicioso. mas descobri-las, sozinha,
simplesmente virando o rosto e vendo, percebendo, reconhecendo, encontrando é puro luxo.
de graça. fácil.

balance a cabeça...



no salão

precisava há dias fazer as unhas. no horário do almoço, voando, entre um compromisso e outro fui ao salão. muito bem! odeio ir ao salão. não gosto do clima, do cheiro, do comportamento, da conversa, das pessoas. não gosto de nadinha da atmosfera que circula ao redor das feras transformadas em belas.

não por nada, não por achar que cada um é o que é e pronto. sou totalmente a favor do uso de todo o tipo de cosmético, cinta, remendo, recurso, ajuda possíveis para melhorar o visu. eu preciso (e uso!) de vários truques para dar um up no rostinho e no corpitcho que já não apontam mais o frescor da juventude.
Truques de beleza para o Natal

mas o salão... ah! só em última necessidade. caso das unhas, porque não tenho habilidade nem para tirar esmalte, quem diria então, cutucar cutícula, lixar, lustrar, lamber com cores...

entrei, me apresentei, solicitei o serviço. lá veio a manicure, cheia de conversa e simpatia, falando “não querendo falar mal de ninguém” e contado os podres de todas as outras, concorrentes dentro do mesmo estabelecimento. me chateei e não dei conversa. estiquei meus dez longos e finos dedos para ela e fiquei em silêncio. assim seguimos durante os 45 minutos regulamentares. não sei se ela se aborreceu ou emburreceu e tratou de vingar-se, porque terminamos a sessão com a frase: “nossa! nunca fiz uma unha tão mal feita, o esmalte ficou todo manchado. tchau, brigada.”

definitivamente, odeio salão! melhor aprender rapidinho fazer tudo sozinha...